Sent at 2017-06-28 | Culture
O desfile das cavalhadas é uma tradição secular na Ribeira Grande e um dos pontos altos das festas da cidade, momento que volta a preencher o dia de festa, quinta-feira, 29 de junho, dia de São Pedro, com cerca de cento e trinta cavaleiros a cumprirem uma tradição que se iniciou no século XVI.
Este ano, e como vem sendo habitual, os cavaleiros reúnem-se no Solar da Mafoma, pelas 11.00 horas onde serão avaliados por um júri de acordo com o regulamento municipal. Serão valorizados como pontos a favor aqueles que se apresentem com sela portuguesa e revelem boa postura no montar a cavalo.
O desfile propriamente dito – que integra a figura de um “rei” como testemunho do cumprimento das promessas – inicia-se pelas 12.00 horas e uma hora volvida os cavaleiros são aguardados junto aos Paços do Município onde haverá uma embaixada de cortesia às autoridades municipais, regionais e demais convidados.
Abre com o “rei” ladeado por dois lanceiros (vassalos), seguidos por duas alas com dezenas de cavaleiros, aparecendo no meio delas três corneteiros e com um fecho vigiado por outros dois lanceiros.
Os homens que montam a cavalo, devidamente trajados, cumprem uma promessa que, segundo rezam os costumes, são um agradecimento pelo facto da igreja de São Pedro – localizada na freguesia de Ribeira Seca – e respetiva imagem do santo padroeiro, terem ficado intactas durante a erupção vulcânica ocorrida no Pico do Sapateiro.
Englobada na tradição estão as cavalhadas infantis (10.00 horas) que vão juntar cerca de meia centena de crianças, trajadas a rigor, com trajes de cavaleiro e montadas em cavalos de madeira.
Realce ainda para as alâmpadas, longos cachos armados com flores (bordões de São José e hortências) e frutos temporãs (o milho, pepino, ameixa e ananás) que, ao que consta, derivam de uma forma de agradecimento pelo renascer da terra depois de estéril devido às crises vulcânicas.