Na Gorreana, freguesia da Maia, depois de 1883, nunca passou ano nenhum sem que as folhas de chá não tivessem sido apanhadas e tratadas. Trata-se da única fábrica na ilha de São Miguel que tem resistido, desde a sua fundação, a todas as dificuldades na produção e venda do chá.
O chá produzido na Gorreana é o “ortodoxo” ou “tradicional’, porque embora enrolado em máquinas e uma vez seco tem o mesmo aspecto do chá enrolado com as mãos. A Gorreana produz chá preto, verde, verde pérola e semifermentados.
Património agro-industrial ainda com história por fazer, a sua existência na ilha, se bem que ainda sem relevância económica, data do início do século XIX. Do ponto de vista mais intensivo é um cultivo que surge para o último quartel daquele século, tentando olvidar o azar que se abateu sobre os laranjais micaelenses.
Em 1883, Gabriel de Almeida escreveu o seguinte: À Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense é que devemos tal indústria, pois que empenhando-se, levou a efeito, o mandar vir dois chinas para ensinarem a cultura e preparação do chá, os quais chegaram a esta ilha em 5 de março de 1878, vesitando logo algumas propriedades particulares, a fim de observarem a vegetação da planta.
Além do processo usado pelos dois chinas Lau-a-Pan e Lau-a-Teng, ensaiou a mesma Sociedade o processo da fabricação segundo Ball, e outros’.
Nesta, para além da oportunidade de uma visita a paisagens inesquecíveis, por exemplo, as da própria cultura, e ao nosso património industrial, poder-se-á apreciar, em várias transformações, os produtos da deliciosa folha de chá, no caso única na Europa, Camellia Sinensis.